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De metaverso à tokenização: as inovações dos mercados de construção e imobiliário

03 de julho de 2022 - 09:37
Entenda como os mercados de construção civil e imobiliário estão passando por uma transformação graças à tecnologia

Por Sabrina Bezerra

Nos últimos cinco anos, o Brasil teve um aumento de 235% no número de construtechs (startups do mercado de construção) e proptechs (startups do mercado imobiliário), segundo dados da Terracotta Ventures, empresa de venture capital. Isso significa que, diferente do que vimos nas últimas décadas, os dois mercados estão passando por uma transformação digital grande e em escala.

Essas inovações vão do uso de inteligência de dados à sustentabilidade ambiental. Veja abaixo alguns dos destaques apresentados na última terça-feira (28/06), durante o evento Constru & Proptech Day, realizado pela StartSe:

1 – ESG

A sigla que significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em tradução) é uma das tendências mais importantes no mundo dos negócios — como temos falado na Plataforma StartSe. Não seria diferente com os mercados de construção e imobiliário.

“Hoje a gente vive num contexto que nunca se falou tanto em descarbonização. A sustentabilidade ambiental é uma crescente demanda mundial”, diz Letícia Dantas, fundadora da Plugue Energy durante o Constru & Proptech Day.

Diante da declaração, é possível afirmar que as startups que devem ganhar cada vez mais destaque são as que oferecem materiais de construção sustentáveis e softwares inteligentes.

“O ‘S (Social)’ também é muito importante e engloba a diversidade, e a ascensão da liderança feminina no setor imobiliário deve ser uma pauta a ser olhada. Afinal, as mulheres são consumidoras tomadoras de decisão”, afirma Elisa Rosenthal, do Mulheres do Imobiliário.

Seja na construção de imóveis residenciais ou comerciais, a inteligência será cada vez mais uma aliada das incorporadoras.

“Isso porque, por meio da análise de dados, é identificado quantas pessoas estão vivendo naquela região, a idade, os veículos e os ativos que elas têm. A partir disso, a incorporadora consegue tomar decisões, como: qual tipo de imóvel (quantas torres, dormitórios, entre outros) será construído”, diz André Bittencourt, co-founder e cientista-chefe da Dataland.

 3 – Realidade aumentada

realidade aumentada — que mistura elementos dos mundos offline e online — é outra tendência, pois permite enxergar projetos antes que sejam finalizados, ajudando a detectar melhorias. Como consequência, seu uso representa economia de tempo e redução no número de rodadas do projeto. A inovação também deve fazer parte de reuniões imersivas.

A título de curiosidade, Juan Carlos, sócio da Pauluzzi Blocos Cerâmicos e fundador do Augin, plataforma que usa realidade aumentada e trabalho colaborativo para aplicação em projetos, decidiu apostar na tecnologia após fazer a imersão do Vale do Silício com a StartSe. “Explodiu a minha cabeça com tanta inovação”, conta.

Se antes era comum o sonho do imóvel próprio, hoje não mais. “Mais de 82% da nova geração que está entrando no mercado de trabalho não quer comprar imóvel, e sim deseja mais serviços conectados”, diz Alexandre Frankel, CEO da Housi.

Diante da mudança de comportamento, a moradia por assinatura e flexível começa a ganhar espaço – o que vai ao encontro do crescimento no número de nômades digitais. Se de tempos em tempos eles mudam de local, oferecer moradia flexível se torna um diferencial para as imobiliárias.

“E você deve estar se perguntando: ‘para quem os imóveis serão vendidos?’. Para quem quiser investir”, conta o executivo.

Trabalho, computador, home office

Moradia flexível se tornou o “novo jeito” de morar das pessoas (Foto: Geber86 via Getty Images)

5 – Tokenização

“Muito em breve vamos comercializar prédios inteiros tokenizados”, diz Frankel. Isso significa que o imóvel e a escritura serão transformados em um token não fungível (registrado na blockchain). “Vai transformar o mercado e, principalmente, os prédios de investimento”, completa o executivo.

6 – Metaverso

Imóvel no metaverso é outra tendência. “Com o seu avatar é possível andar pelo empreendimento, usar a sala do coworking, se relacionar com os outros moradores e até transformar quadros, por exemplo, em NFT”, afirma Frankel.

Para você ter uma noção, o primeiro condomínio no metaverso do mundo fica no Brasil.

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