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Carro elétrico com placas solares pode ficar 7 meses longe das tomadas

19 de junho de 2022 - 17:30
Startup holandesa pretende entregar o carro ainda esse ano, com poucas unidades disponíveis, por um preço ainda pouco acessível

Depois de um longo inverno de expectativas, foi anunciado o primeiro carro elétrico e solar do mundo. A inovação é produto da startup holandesa Lightyear, o Lightyear 0, que já está disponível para venda sob o preço de 250 mil euros (cerca de R$ 1,3 milhão, na cotação atual). O diferencial é que, apesar de trazer uma bateria de 60 kWh integrada, o carro foi desenvolvido para fazer um grande uso de energia solar em seu carregamento.

Segundo a fabricante, o veículo consome 10,5kWh por cada 100 quilômetros percorridos em uma velocidade média de 110 km/h. Como ele é equipado com cinco metros quadrados de matrizes solares, que permitem a captação de energia para rodar 70 quilômetros por dia, o veículo seria capaz de seguir por sete meses em trajetos de 35 quilômetros em países ensolarados — essa média cai para dois meses em países de frio intenso.

Neste primeiro momento, a empresa está produzindo apenas 946 unidades, com entrega prevista para novembro. O dinheiro levantado será usado para aprimorar a tecnologia e investir em novas versões, que devem chegar ao mercado com um “valor mais acessível”, ainda segundo a fabricante.

SUSTENTABILIDADE EM FOCO

Em um pegada minimalista, o interior do Lightyear 0 é vegano, apresentando uma tapeçaria de materiais reciclados e de origem ética: couro vegetal de alta qualidade; tecidos feitos de garrafas PET recicladas; elementos decorativos de madeira de palmeira de vime reestruturada de forma sustentável; e camurça de microfibra ecológica e respirável.

Por fora, em uma estrutura pesando 1.575 kg, desenvolvida com fibra de carbono recuperada, suas medidas são de 5.083 mm x 1.972 mm x 1.445 mm. O desempenho do carro oferece um disparo de 0 a 100 km/h em 10 segundos e chega a 160 km/h de velocidade máxima. Sua tração é integral, havendo um motor em cada roda.

Em anúncio da empresa, Lex Hoefsloot, cofundador e CEO, explica: “Não há como esconder isso, o acesso a estações de carregamento não acompanhará a demanda por carros elétricos. Para minimizar o carregamento do plugue e maximizar o alcance, a estratégia da indústria, até agora, tem sido adicionar baterias. Isso aumenta a pegada de carbono da produção e, por sua vez, aumenta o peso e a necessidade de estações de carregamento de alta potência.”

“Nossa estratégia inverte essa abordagem. O Lightyear 0 oferece mais autonomia com menos bateria, reduzindo o peso e as emissões de CO₂ por veículo.”

POR QUE IMPORTA?

Mesmo que a inovação ainda esteja longe do Brasil, ela mostra um movimento do mercado em direções mais sustentáveis — só o elétrico já não é mais suficiente. A disrupção pode ser o marco para modelos ainda melhores, marcando uma nova corrida para os fabricantes de carros.

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